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Vladimir Putin e Barack Obama terão um encontro após o presidente eleito da Rússia tomar posse do cargo, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, em entrevista a uma das radioemissoras russas. O diplomata respondeu a diversas perguntas sobre política externa e relações internacionais.

O entendimento sobre o encontro entre o presidente dos Estados Unidos e Vladimir Putin foi alcançado no quadro de uma conversa telefônica. O encontro terá lugar após o presidente eleito da Rússia tomar posse do cargo. A cerimônia está marcada para 4 de maio. O ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, destacou que hoje a retórica anti-russa é forte nos Estados Unidos, sobretudo no campo de republicanos. Esta carta é jogada na véspera das eleições presidenciais americanas que terão lugar no fim do ano. O diplomata declarou que a posição dos políticos americanos deve ser contudo avaliada por ações concretas.

“A retórica anti-russa é utilizada bastante ativamente por candidatos republicanos. Iremos avaliar contudo qual será a política em relação à Rússia por ações concretas do presidente dos Estados Unidos a ser eleito em novembro.”

Atualmente, as relações russo-americanas encontram-se num impasse devido a divergências ligadas ao problema da EuroDAM e a algumas outras questões. No entanto, os dois países aspiram a desenvolver a parceria nas áreas em que há coincidência de interesses e a discutir as divergências através de um diálogo direto, ressaltou o ministro russo.

Outras perguntas diziam respeito ao problema nuclear iraniano e à crescente tensão em torno da República Islâmica. Lavrov fez lembrar que a Rússia propôs um plano gradual da estabilização da situação, acentuando que as sanções unilaterais de alguns Estados contra Teerã não são construtivas, visando apenas estrangular a economia do país.

A Síria é mais um ponto quente no mapa do Oriente Médio e a causa principal de batalhas no Conselho de Segurança da ONU. Lavrov não quis idealizar Bashar Assad, mas, ao mesmo tempo, apelou a que não seja atribuída ao presidente sírio toda a responsabilidade pelo derramamento de sangue no país.

“Não justificamos de modo algum a direção síria, que reagiu erradamente às primeiras manifestações de protesto de cidadãos civis, comete muitos erros e aplica com demora os processos que decorrem em sentido justo. Tal, infelizmente, contribuiu consideravelmente para que o conflito se torne tão tenso. Contudo, se formos intransigentes, se nos preocuparmos com os civis, deveremos condenar também aqueles que organizam provocações e o fazem há já bastante tempo.”

O chefe do MRE focou também o futuro destino de Bashar Assad. Questionado se para o presidente da Síria seria melhor se demitir e se exilar em Moscou, do que ficar na situação de Khadafi, Lavrov respondeu que isso depende da opção do próprio Assad e que ninguém tenciona propor-lhe premeditadamente que emigre para a Rússia.
Fonte: VozdaRussia