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Os bombeiros de Moscou tiveram o seu “batismo de fogo” ao extinguir o incêndio num arranha-céus. À noite do dia dois de abril o denominado “Vostok” situado no centro de negócios Moskva-City, na Rússia começou a arder. O vento forte atiçava o fogo. O prédio, cuja construção ainda não foi concluída, não dispunha do sistema de extinção de incêndios e os bombeiros tiveram que levantar nos seus ombros os extintores para o sexagésimo sétimo andar. Apesar da situação extremamente desfavorável, o incêndio foi liquidado em poucas horas, ninguém foi sinistrado e a estrutura do prédio ficou intacta.

O incêndio no arranha-céus “Vostok” começou às cerca de oito horas da noite e foi liquidado à meia-noite. A área abrangida pela fogo foi igual a 300 metros quadrados. Pode-se supor que a cofragem de madeira e o material destinado a proteger o concreto contra o frio pegaram fogo por causa de um holofote quente, que se encontrava no guindaste, – revelou à “Voz da Rússia” Evgueni Bobilev, chefe do serviço de imprensa da repartição de Moscou do ministério para situações de emergência. Para extinguir as chamas foi preciso 25 corpos de bombeiros e 4 helicópteros.

“Uma vez que o objeto está ainda na fase de construção, aí não havia sistemas automáticos de extinção de incêndios. No caso de elevação da temperatura neste sistema abrem-se válvulas especiais e começa o processo de extinção automática do incêndio.”

Muitos peritos consideram que a extinção do incêndio na torre de Moskva-City foi uma operação sem precedentes. Anteriormente um incêndio em tamanha altura deu-se no ano 2000, quando pegou fogo a torre de televisão “Ostankino”. Naquele caso morreram três pessoas, – faz lembrar o perito em técnica de extinção de incêndios Seguei Nazarov.

“No caso do incêndio em Ostankino as conseqüências foram graves. Neste plano a operação de extinção do incêndio na torre “Vostok” pode ser qualificada como única. Tivemos sorte, pois o prédio ainda não tinha sido posto em uso. Caso a torre estivesse em uso, seria preciso levar a cabo operações de evacuação de pessoas e as condições de extinção seriam ainda mais difíceis.”

Dominar o incêndio num arranha-céus é difícil. Os métodos tradicionais de transporte dos meios de extinção neste caso resultam inúteis por causa da altura,- explicam os peritos. De acordo com Serguei Narichkin, o sistema interno de extinção de incêndios de um arranha-céus deve incluir bombas de alta pressão, reservatórios internos. Nestes casos é preciso bombear a água de um andar para outro, dentro do prédio. É preciso o treinamento especial do pessoal e dos serviços de segurança destes prédios, para que possam extinguir o incêndio na sua fase inicial. E o mais importante: nestas torres deve ser garantida a evacuação segura do pessoal.

Mas no caso da torre “Vostok” tudo isso está pela frente. O incêndio causou um dano relativamente pequeno ao prédio, o que representa um mérito indubitável de arquitetos e de construtores. A torre foi construída de um concreto especialmente resistente, que supera, inclusive, o concreto, utilizado para a construção de abrigos contra bombas, – diz o representante da construtora Mikhail Dvorkovitch.

“A resistência deste betão ao fogo é máxima, ele é capaz de resistir durante mais de quatro horas e meio a mais altas temperaturas. Dado que em cima as temperaturas eram baixas e havia um vento forte, a estrutura não corria nenhum risco. O que pegou fogo lá, foram os banneres de proteção contra o vento.”

Em breve a construção da torre “Vostok” será continuada. Espera-se que dentro de um ano a obra seja concluída. O arranha-céus terá 64 andares. Aliás, o incêndio de ontem pode postergar estes prazos. A construtora terá que pensar em munir o prédio com um sistema de sinalização e de extinção de fogo ainda antes do início do seu uso.
Fonte: VozdaRussia